quarta-feira, 29 de março de 2017

De onde vem? Especial Salvador!

Desde que o quadro iniciou que procuro trazer as origens de expressões, ditados populares e confesso está sendo divertido além de ser também um processo continuo de aprendizado, tenho aprendido muito com vocês.
Mas hoje, é um dia especial Salvador está aniversariando completa 468 de história, ritmos, cultura, beleza, religião, entre tantos outros predicativos. É claro que o Você não pode deixar de ler não perderia a chance de homenagear o nosso berço. Fiquei aqui pensando em como faria isso, bom temos o quadro Parabenizando no qual o foco é homenagear o que o próprio nome do quadro indica, temos o Vitrine, onde exponho diversos assuntos, assim como vários outros.
 Resolvi fazer algo diferente: o De onde vem? De hoje falará sobre Salvador, espero que gostem da nossa brincadeira.



Cinema, paizão baiana – Com a inauguração do cine Olympia, em 1893, na Baixa dos Sapateiros, os baianos começaram a ter contato com o cinema. A partir das primeiras exibições dos filmes mudos, o cinema passou a ser uma das principais opções de lazer do baiano na época.
Feira de São Joaquim – A notável divindade desse comércio popular encontra-se ganhos alimentícios a preços em conta, desde uma boa farinha de copioba ou mesmo pimentas arretadas, além de artesanatos de cerâmica, maxi colares, amuletos e patuás, arranjos de flores, frutas das mais simples até as especiarias mais exóticas. Com seus 38 mil m2 de área e mais de 2 mil boxes, a feira de São Joaquim é o maior e mais tradicional centro popular de comprar do Estado. Considerada Patrimônio Imaterial da Bahia, a feira foi criada em 1966, após um incêndio na antiga feira de Água de Meninos, e se consolidou como o maior distribuidor de produtos de artesanato, candomblé, animais e alimentos da Bahia.
Gregório de Mattos – Acharam que fugiríamos do foco literário? Na na ni na não. Em 1636 nasceu em Salvador um poeta que abalou a moral da então capital de colônia: Gregório de Mattos. Nunca chegou a publicar um poema, mas sua obra, declamada em locais públicos, irritava os poderosos da época. Ficou conhecido como “Boca do Inferno”. Por ironizar o governador da província, Gregório de Mattos teve de ser deportado para Angola. Quando voltou ao Brasil foi proibido de declamar seus poemas e de viver em Salvador, passando a morar no Recife, onde exerceu a profissão de advogado. Ridicularizando políticos e religiosos, zombando da empáfia dos mulatos, assediando freiras e multas, ou manejando um vocabulário acessível popular, o poeta baiano “abrasileriza” o barroco importado e se constitui num importante elo de ligação com a fonte europeia, medida que conserva os traços fundamentais da estética em voga, sem perder a realidade contextual onde vive. Convive em seus poemas o mais desenfreado sensualismo e/ou erotismo com paixão idealizado. Na falta da imprensa ou de quaisquer outros meios sistemáticos da comunicação social, sua sátira, fugindo aos circuitos convencionais da classe dominante, foi crônica, panfleto, reportagem da Bahia seiscentista. Nela se reconhece a praça, o povo, a festa, o corpo, a pervertida e atraente, mas sem as tintas do exótico ou os louros do nativismo ingênuo. Doente, o poeta morreu 26 de Novembro de 1695 deixando uma poesia lírica, sacra, satírica que é um tesouro da literatura de expressão brasileira e portuguesa.
Intercâmbio cultural – Ao longo dos anos, lugares como o Instituto Cultural Brasil Alemanha (ICBA), Associação Cultural Brasil Estados Unidos (ACBEU), Gabinete Português de Leitura, Aliança Francesa (AF) e o Espanhol Instituto Cervantes, vem incorporando cada vez mais a cena soteropolitana. Com o intuito de difundir a língua e a cultura de seus países, acabam tornando-se parte da vida dos baianos. Sobretudo daqueles que valorizam as artes. O gabinete Português de Leitura e até situado na Praça da Piedade, possui biblioteca tem um rico acervo de obras raras e acesso livre para consulta de livros, jornais e revistas. A primeira sede das Associação Cultural Brasil Estados Unidos fica na Avenida 7 de Setembro, Vitória e oferece cursos de inglês para crianças, adolescentes, adultos e possui galeria de arte e teatro. O Instituto Cultural Brasil Alemanha, no Corredor da Vitoria, possui biblioteca com acervo especialmente voltado para filosofia, galeria de arte e teatro, além de curso de alemão, promove workshops e ciclos de cinema e vídeo. A aliança Francesa, situada na Barra, possui midiateca, biblioteca, salas de ensaio e de conferencia, galeria e cineteatro, além de oferecer cursos, possui uma biblioteca e promove atividades culturais como ciclos de cinema, apresentações de dança, teatro e de música flamenca.

Para finalizar o bairro no qual nasci:
Liberdade – Primeiro era estrada de Boiadeiros, e por lá passavam os animais em Santo Antonio de Capuame, a primeira feira da Bahia. A partir de 1823, Estrada da Liberdade, herança da Independência da Bahia. Mais tarde, Liberdade, bairro de quase 600 mil habitantes, cuja história, após a abolição, se impõem sobre todas as outras com a força de novas e muitas vitorias. No bairro mais negro da Bahia e do Brasil, território nacional da cultura afro-brasileira, nasceram o Ilê Ayê e as escolas comunitárias de mãe Hilda e Makota Valdina. E para Cururu, sua artéria mais pulsante com mais ou menos 16 terreiros de Candomblé, seguem levas de turista a cada carnaval. Vão ver a saída do Ilê com seu ritual, sua ala de canto e o desfile das deusas.

Está ai alguns lugares, pessoas de Salvador. A ideia foi trazer um pouco para vocês não somente os tradicionais pontos turísticos e sim curiosidades.

Fizemos até marcadores de livros em homenagem a cidade, para ganhar basta nos seguir e mandar o seu endereço para: vocenaopodedeixardeler@gmail.com ou Zap: 71 98647-8619. É apenas um mimo perante a uma cidade tão linda!


Até a próxima e parabéns Salvador.



Lindaiá Campos

segunda-feira, 27 de março de 2017

Vitrine: O circo

Olá galerinha, tudo bem com vocês?

Hoje é nada mais nada menos que o dia da pirueta, da palhaçada, das acrobacias, das aventuras, do lúdico, da diversão, hoje é o dia do Circo.



Dos chineses aos gregos, dos egípcios aos indianos, quase todas as civilizações antigas já praticavam algum tipo de arte circense há pelo menos 4 000 anos – mas o circo como o conhecemos hoje só começou a tomar forma durante o Império Romano. 


O primeiro a se tornar famoso foi o Circus Maximus, que teria sido inaugurado no século VI a.C., com capacidade para 150 000 pessoas. A atração principal eram as corridas de carruagens, mas, com o tempo, foram acrescentadas as lutas de gladiadores, as apresentações de animais selvagens e de pessoas com habilidades incomuns, como engolidores de fogo.



 Destruído por um grande incêndio, esse anfiteatro foi substituído, em 40 a.C., pelo Coliseu, cujas ruínas até hoje compõem o cartão postal número um de Roma.


Com o fim do império dos Césares e o início da era medieval, artistas populares passaram a improvisar suas apresentações em praças públicas, feiras e entradas de igrejas. “Nasciam assim as famílias de saltimbancos, que viajavam de cidade em cidade para apresentar seus números cômicos, de pirofagia, malabarismo, dança e teatro”, afirma Luiz Rodrigues Monteiro, professor de Artes Cênicas e Técnicas Circenses da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). 



Tudo isso, porém, não passa de uma pré-história das artes circenses, porque foi só na Inglaterra do século XVIII que surgiu o circo moderno, com seu picadeiro circular e a reunião das atrações que compõem o espetáculo ainda hoje. Cavaleiro de 1 001 habilidades, o ex-militar inglês Philip Astley inaugurou, em 1768, em Londres, o Royal Amphitheatre of Arts (Anfiteatro Real das Artes), para exibições eqüestres. Para quebrar a seriedade das apresentações, alternou números com palhaços e todo tipo de acrobata e malabarista.


O sucesso foi tamanho que, 50 anos depois, o circo inglês era imitado não só no resto do continente europeu, mas atravessara o Atlântico e se espalhara pelos quatro cantos do planeta.



Como vocês podem observar, no decorrer do texto, vocês estão visualizando imagens de diversos livros sobre circo, assim como até mesmo artesanatos (ponteira de lápis, linda e fácil de fazer para garotada).

Pensar no circo nos dias atuais é ir muito além do picadeiro, há algum tempo estamos vivendo um processo histórico e acredito que até mesmo constante dentro das artes circenses, afinal a Lona deixou de ser o único lugar onde o circo se apresenta. Uma nova visão sobre o circo fora criada, o circo voltado para todas as pessoas, crianças e adultos, o circo utilizado de maneira educacional propondo uma atividade sadia para o movimentar do corpo. A prática do circo se torna possível, a partir deste momento assistir um espetáculo circense não é mais o único modo de ter contato com esta arte, se pendurar em um trapézio, jogar bolinhas, subir em um tecido e dar saltos, passa a ser uma possibilidade de todos.


Um dos primeiros movimentos na vida é fazer rir. O riso é uma ação que praticamos inúmeras vezes por dia e muitas vezes nem se quer nos damos conta. Está ação traz consigo inúmeros benefícios, para saúde física, mental e nas relações humanas diárias.
 O riso é um desarmador de pessoas, criando pontes entre as mesmas, fazendo com que o comportamento seja mais amigável.



Mais há também o Circo para os adultos…afinal, todo mundo vai ao circo!
Confira a nossa resenha do Circo Mecânico Tressalti:

https://vocenaopodedeixardeler.blogspot.com.br/2017/03/resenha-o-circo-mecanico-tresaulti.html


Lindaiá Campos

Fonte: Mundo Estranho, Google, Mistura de Ideias.

segunda-feira, 20 de março de 2017

Alguém me contou... Sobre o Sr. do carro negro




Negro, estatura mediana, 50 anos, gostava de vestir-se de branco, pensava combinar melhor com seu belo fusca.   
Assim como a maioria da sua idade, possua mulher e filhos.  Era um homem de bem, sem beber, é claro. 
Final de semana, muita bebida, promiscuidade, brigas, discussões, espancamentos, a cada passo reto, cinco eram cambaleando, até chegar no seu tão querido, fusca preto.
Apesar de ama-lo, sua mulher e filhos não suportava mais. Todo fim de semana era sempre o mesmo: Lá se ia pela manhã bem cedo, enchia uma cara e volta por volta de uma hora da madrugada, era o maior alvoroço. Após exigir comida a sua mulher, após sempre acabava sendo travada uma luta de corpo com o filho que, apesar de 18 anos e as intensões nobre em salvar mãe e irmã, acabava sempre levando aquela surra do pai.
Achando pouco, corria em alta velocidade pela vizinhança, noite a dentro, buzinando. Chegara diversas vezes a atropelar quem estivesse em seu caminho, derrubando, sem prestar nenhum socorro. Não precisava. Com seu fusca na mão e a bebida na mente, ele era o rei, ou pelo menos era assim que se sentia.
Sua mulher rezava sempre por ele, tinha esperança em ter de volta o homem com quem se casou ou quem sabe ao menos, aquele homem que o mesmo era ao ficar sem beber.
Um dia, após uma brutal surra, atípica de todas as outras, coração amargurado, boca sangrando, olhos fechados tamanho o inchaço, filhos ao chão também machucados, mais a dor deles era muito mais da alma do que no físico, ela profetizou:
"Um dia aquilo que tu tanto amas, seu fusca, ainda vai te matar."
Nesse momento um sopro forte passou assoviando, como que, para confirmar o que a mulher dizia, fazendo todos ficarem por um instante alheios a mais uma tragedia familiar daquele dia.
O tempo passou e nada mudou, piorava a cada dia. Sexta-feira, 24 de Junho de 1959. Ele saíra e executava seu ritual costumeiro em casa, partindo em seguida, em direção ao carro.
Buzinas, gritos, alta velocidade, e até mesmo, mais um atropelo, rua vazia, apenas a madrugada e um cadáver como companhia, um? Ou não será melhor dizendo, dois?
Fora tudo muito rápido, em fração de segundos, após atropelar um rapaz que vinha embriagado, cantando alegre enquanto voltava para casa, ele correu depressas, acelerou, mais do que de costume, parecia sentir prazer ao avistar o pavor nos olhos de todos que ficavam com a morte na sua frente, enquanto olhava para trás, para os gritos de socorro.
Poste a frente, batida inevitável...
"Zé porque você não vende esse fusca filho..."
"Nunca! Ele é meu, não o abandonarei jamais, nem depois de morrer.
Ta doida mulher? Nunca se desfaçam dele."

E assim foi.
Seu Zé nem viu o que o atingira, quando seu fusca colidiu em cheio com o poste, seu corpo voara numa velocidade monstruosa, estranhamente sua cabeça fora separada do corpo para direita. De plateia apenas todas as almas das vidas que ele e o seu carro tirou.

E como prometera, todos os dias anos em que o dia 24 de Junho, data de sua morte, as 1:00 da madrugada, em uma sexta-feira, não há uma só alma viva naquela cidade que não assista o Seu Zé passar buzinando, gritando, correndo com o seu velho e querido carro negro.
Até hoje, tem quem diga que o ver por aí, misturando-se entre todos, na companhia daqueles que levou, aproveitando a festa.


Lindaiá Campos

sexta-feira, 17 de março de 2017

O VOLUME FINAL DA FANTASIA QUE ARREBATOU OS LEITORES BRASILEIROS

Olá Galerinha, como estão?
Espero que bem porquê eu estou muito, muito muito feliz!
Além de trazer mais um lançamento dessa editora na qual aprecio tanto, esta é minha primeira publicação oficial como parceira da caveirinha! 
Isso mesmo!  E em comemoração colocamos esse fundo negro, umas das cores oficiais da editora, que 2017 seja um ano de muito sucesso!
Lindaiá Campos 


THE BEAUTY OF DARKNESS

A trilogia Crônicas de Amor e Ódio chega ao fim de maneira arrasadora. Iniciada em The Kiss of Deception, a série encantou os fãs de fantasia - e conquistou os corações dos brasileiros.
A história de Lia inspirou muitos leitores a embarcarem em uma jornada extraordinária repleta de ação, romance, mistérios e autoconhecimento, em um universo deslumbrante criado pela premiada escritora Mary E. Pearson, onde o poder feminino é a força motriz capaz de mudar e fazer toda a diferença no novo mundo em construção.
29 DE MARÇO NAS LIVRARIAS
 Pré vendas no site Amazon e na Saraiva:
https://www.amazon.com.br/dp/8594540272/ref=as_li_ss_tl?s=books&ie=UTF8&qid=1489003490&sr=1-2&keywords=beauty+of+darkness&linkCode=sl1&tag=pipomusi-20&linkId=d736c781249a248a32bdc873614092c6
http://www.saraiva.com.br/the-beauty-of-darkness-cronicas-de-amor-e-odio-vol-3-9429402.html?utm_medium=afiliados&PAC_ID=30393&utm_source=lomadee&utm_content=22673501

Aflitos com os acontecimentos do segundo volume, The Heart of Betrayal, que apresentou uma trama mais sombria, repleta de segredos e intrigas, os leitores imploraram pela conclusão da série e a Caveirinha acelerou a produção de THE BEAUTY OF DARKNESS. Tudo para apaziguar os corações dos darklovers que se entregaram de corpo e alma a uma das trilogias mais amadas.
Em THE BEAUTY OF DARKNESS — CRÔNICAS DE AMOR E ÓDIO V.3, Lia sobreviveu a Venda, mas não foi a única. Um grande mal pretende destruir o reino de Morrighan, e somente ela pode impedi-lo. Com a guerra no horizonte, Lia não tem escolha a não ser assumir seu papel de Primeira Filha, como uma verdadeira guerreira — e líder.
Enquanto luta para chegar a Morrighan a tempo de salvar seu povo, ela precisa cuidar do seu coração e seus sentimentos conflituosos em relação a Rafe e as suspeitas contra Kaden, que a tem perseguido. Nesta conclusão de tirar o fôlego, os traidores devem ser aniquilados, sacrifícios precisam ser feitos e conflitos que pareciam insolúveis terão que ser superados enquanto o futuro de todos os reinos está por um fio e nas mãos dessa determinada e inigualável mulher.
As reviravoltas continuam nessa incrível fantasia que integra a linha DarkLove — Mary E. Pearson vai surpreender os leitores no ato derradeiro de uma trilogia que ainda promete emocionar o coração de muitos. 
Empolgada com a receptividade calorosa dos brasileiros, Mary está se sentindo em casa com toda a repercussão de sua trilogia por aqui:
 “Nunca imaginei ter tantos fãs no Brasil! Espero visitar vocês em breve”.

Nós também! Aguardamos ansiosos!!!!!

Também, pudera. Não custa lembrar que The Kiss of Deception foi escolhido pelo comitê da Young Adult Library Services Association (YALSA) como umas das melhores ficções YA de 2015 e escolhido uma das principais fantasias de 2014 pelos leitores no Goodreads.

Gostaram? Então corram e adquiram logo o de vocês!
Aguardem....por mais coisas saindo do forno por aí.

Até a próxima pessoal!
Lindaiá Campos







terça-feira, 14 de março de 2017

Dia da Poesia – 14 de março, 21 de março, 31 de outubro?

Dia da Poesia Ops! Corrigindo:


O dia nacional da poesia era em 14 de março, no aniversário de Castro Alves.  A partir de 2015, foi sancionada a lei 13.131, que mudou a data para o aniversário de Carlos Drummond de Andrade em 31 de outubro. Ou seja, agora o dia nacional da poesia é em 31 de outubro.
O dia mundial da poesia é em 21 de março. Criado pela UNESCO, em 1999 (mesmo ano em que o site A Magia da Poesia foi ao ar), com o objetivo de estimular a produção e celebrar a poesia como forma de arte em todo o mundo. 






Tem mais, existem além dessas datas, outro dia da poesia:

Extraoficialmente, temos outro “Dia Nacional da Poesia” em 20 de outubro, fundação do Movimento Poético Nacional.
Além disso, há diversas celebrações estaduais:

·         Dia Estadual da Poesia (20 de abril, no Acre, conforme Lei Nº 2.130 de 9 de julho de 2009);
·         Dia da Poesia (25 de junho, no Pará, conforme Lei Nº 6.195 de 7 de abril de 1999);
·         Dia Estadual da Poesia (8 de agosto, no Amapá, conforme Lei Nº 580 de 21 de junho de 2000);
·         Dia Estadual da Poesia (20 de agosto, em Goiás, conforme Lei Nº 14.866 de 22 de julho de 2004, homenageando o aniversário de Cora Coralina);
·         Dia Estadual da Poesia (31 de outubro, em Minas Gerais, homenageando o aniversário de Drummond);
·         Dia Estadual da Poesia (19 de dezembro, no Mato Grosso, conforme Lei Nº 7.776 de 26 de novembro de 2002, homenageando o aniversário de Manoel de Barros).


Bom galera, como vocês podem ver, existem várias datas comemorativas para comemorar esse misto de composições, lúdicas, utópicas, românticas, guerreiras, que por muitas é a poesia. Como hoje também é o aniversário do ilustríssimo baiano, "o poeta dos escravos", Castro Alves que nos deu a honra de participar do nosso Parabenizando, colocarei aqui um outro poeta que amo. 


Entre esses poemas está o meu preferido.






Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.


(Carlos Drummond de Andrade)


O Amor Antigo
O amor antigo vive de si mesmo,
não de cultivo alheio ou de presença.
Nada exige, nem pede. Nada espera,
mas do destino vão nega a sentença.
O amor antigo tem raízes fundas,
feitas de sofrimento e de beleza.
Por aquelas mergulha no infinito,
e por estas suplanta a natureza.
Se em toda parte o tempo desmorona
aquilo que foi grande e deslumbrante,
o antigo amor, porém, nunca fenece
e a cada dia surge mais amante.
Mais ardente, mas pobre de esperança.
Mais triste? Não. Ele venceu a dor,
e resplandece no seu canto obscuro,
tanto mais velho quanto mais amor.


(Carlos Drummond de Andrade)

Os Ombros Suportam o Mundo

Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.


(Carlos Drummond de Andrade)


As Sem-Razões do Amor

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

(Carlos Drummond de Andrade)



Balada do amor através das idades

Eu te gosto, você me gosta
desde tempos imemoriais.
Eu era grego, você troiana,
troiana mas não Helena.
Saí do cavalo de pau
para matar seu irmão.
Matei, brigamos, morremos.
Virei soldado romano,
perseguidor de cristãos.
Na porta da catacumba
encontrei-te novamente.
Mas quando vi você nua
caída na areia do circo
e o leão que vinha vindo,
dei um pulo desesperado
e o leão comeu nós dois.

Depois fui pirata mouro,
flagelo da Tripolitânia.
Toquei fogo na fragata
onde você se escondia
da fúria de meu bergantim.
Mas quando ia te pegar
e te fazer minha escrava,
você fez o sinal-da-cruz
e rasgou o pito a punhal..
Me suicidei também.

Depois (tempos mais amenos)
fui cortesão de Versailles,
espirituoso e devasso.
Você cismou de ser freira..
Pulei o muro do convento
mas complicações políticas
nos levaram à guilhotina.

Hoje sou moço moderno,
remo, pulo, danço, boxo,
tenho dinheiro no banco.
Você é uma loura notável
boxa, dança, pula, rema.
Seu pai é que não faz gosto.
Mas depois de mil peripécias,
eu, herói da Paramount,
te abraço, beijo e casamos.

Carlos Drummond de Andrade



O Parabenizando de hoje Bahia vai para: Castro Alves, o poeta dos Escravos!


Castro Alves (1847-1871) foi um importante poeta brasileiro, o último grande poeta da terceira geração romântica no Brasil. “O poeta dos escravos”.
Antônio Frederico de Castro Alves nasceu no município de Muritiba, na Bahia, no dia 14 de março de 1847. Em 1847 mudou-se com a família para Salvador onde fez os estudos secundários. Cursou Direito no Recife, onde se destacou pela defesa das ideias liberais e abolicionistas.
Em companhia da atriz Eugênia Câmara, por quem se apaixonou, foi para São Paulo, onde concluiu o curso de Direito. Travou contato com Rui Barbosa e Joaquim Nabuco. O rompimento com Eugênia deixou o poeta numa crise de profunda melancolia. Dedicou-se a caçadas nos arredores da cidade, numa delas feriu o pé com um tiro de espingarda. Removido para o Rio de Janeiro, teve que amputar o pé. Agravou-se sua enfermidade pulmonar.
Castro Alves retornou a Salvador e em 1870, ano em que publica “Espumas Flutuantes”, único livro editado em vida. Sua poesia apresenta dois aspectos distintos: a poesia lírico-amorosa, onde a mulher aparece real e sensual, e a poesia social, em que defende as grandes causas da liberdade e da justiça, e da campanha contra a escravidão.
O “Navio Negreiro” é um poema épico-dramático que integra a obra “Os escravos” e ao lado de “Vozes d’África, da mesma obra, vem a ser uma das principais realizações de Castro Alves, onde denuncia a escravidão e faz uma recriação poética das cenas dramáticas do transporte de escravos no porão dos navios negreiros, relatos que ouviu de escravos com quem conviveu na Bahia, quando menino.
Vitimado pela tuberculose, Castro Alves faleceu em Salvador, no dia 06 de julho de 1871. Sua obras póstumas foram: "Gonzaga ou A Revolução de Minas" (1875), "A Cachoeira de Paulo Afonso" (1876) e "Os Escravos" (1883).

Algumas de suas obras:

Amor è um carpinteiro
Que ri com ar de metrei-o,
Cerrando forte e ligeiro
Na tenda do coração...
Põe pregos de resistência,
Ferrolhos na consciência,
Tranca as portas da razão
Adelaide de Castro Alves Guimarães
 "Adeus" de Teresa

A vez primeira que eu fitei Teresa,
Como as plantas que arrasta a correnteza,
A valsa nos levou nos giros seus
E amamos juntos E depois na sala
"Adeus" eu disse-lhe a tremer co'a fala

E ela, corando, murmurou-me: "adeus."

Uma noite entreabriu-se um reposteiro. . .
E da alcova saía um cavaleiro
Inda beijando uma mulher sem véus
Era eu Era a pálida Teresa!
"Adeus" lhe disse conservando-a presa

E ela entre beijos murmurou-me: "adeus!"

Passaram tempos seculos de delírio
Prazeres divinais gozos do Empíreo
... Mas um dia volvi aos lares meus.
Partindo eu disse - "Voltarei! descansa!. . . "
Ela, chorando mais que uma criança,

Ela em soluços murmurou-me: "adeus!"

Quando voltei era o palácio em festa!
E a voz d'Ela e de um homem lá na orquestra
Preenchiam de amor o azul dos céus.
Entrei! Ela me olhou branca surpresa!
Foi a última vez que eu vi Teresa!

E ela arquejando murmurou-me: "adeus!"
Castro Alves

O laço de fita

Não sabes, criança? 'Estou louco de amores...
Prendi meus afetos, formosa Pepita.
Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas?!
Não rias, prendi-me
Num laço de fita.

Na selva sombria de tuas madeixas,
Nos negros cabelos da moça bonita,
Fingindo a serpente qu'enlaça a folhagem,
Formoso enroscava-se
O laço de fita.

Meu ser, que voava nas luzes da festa,
Qual pássaro bravo, que os ares agita,
Eu vi de repente cativo, submisso
Rolar prisioneiro
Num laço de fita.

E agora enleada na tênue cadeia
Debalde minh'alma se embate, se irrita...
O braço, que rompe cadeias de ferro,
Não quebra teus elos,
Ó laço de fita!

Meu Deus! As falenas têm asas de opala,
Os astros se libram na plaga infinita.
Os anjos repousam nas penas brilhantes...
Mas tu... tens por asas
Um laço de fita.

Há pouco voavas na célere valsa,
Na valsa que anseia, que estua e palpita.
Por que é que tremeste? Não eram meus lábios...
Beijava-te apenas...
Teu laço de fita.

Mas ai! findo o baile, despindo os adornos
N'alcova onde a vela ciosa... crepita,
Talvez da cadeia libertes as tranças
Mas eu... fico preso
No laço de fita.

Pois bem! Quando um dia na sombra do vale
Abrirem-me a cova... formosa Pepital
Ao menos arranca meus louros da fronte,
E dá-me por c'roa...
Teu laço de fita.
Castro Alves
Fonte: Google, O Pensador
Lindaiá Campos



segunda-feira, 13 de março de 2017

De onde vem?

Olá galerinha, tudo bem?

Bom, hoje vamos falar dessa expressão tão antiga quanto popular, quem aqui nunca a ouviu? Principalmente no vocabulário dos nossos pais, pelo menos aqui na Bahia, já o vi muito por aí.

"Casa da Mãe Joana"

Como disse, aqui na Bahia é um termo bastante popular, surgiu na época do Brasil Império, mais especificamente durante a minoridade do Dom Pedro II, homens que ao contrario de hoje, mandavam realmente no País.
Costumavam se encontrar num prostíbulo do Rio de Janeiro, cuja proprietária se chamava Joana.
Como esse homens mandavam e desmandavam no País, a frase "Casa da mãe Joana" ficou conhecida como sinônimo de lugar no qual ninguém manda.


Bacanal




Fonte: Amigos do livro, Google

Lindaiá Campos

Você sabe a origem de alguma expressão em sua cidade?


Quer saber de onde vem uma expressão? Frase?

Deixe seu comentário ou escreva para nós:

vocenaopodedeixardeler@gmail.com






quinta-feira, 9 de março de 2017

A Época em que a mulher era proibida de ler livros

Entre a mulher e o livro estabeleceu-se uma aliança.

Com ele, ela podia desejar e imaginar um mundo para si própria, e mais, os livros nos obrigam a sairmos da nossa zona de conforto, meche com nossos sentimentos mais profundos, com o subconsciente da gente e isso é muito bom galerinha.

Só no século XIX o livro se tornou comum para as mulheres. Foi, e continua sendo, nossa maior arma para a conquista da liberdade, nossa possibilidade de existência, de nos lançarmos em novos horizontes.

Em uma tarde de março de 415 d.C. uma mulher de 60 anos é tirada de sua carruagem por uma multidão enfurecida, em Alexandria, no Egito. Em seguida, é despida e tem sua pele e carne arrancadas com ostras (ou fragmentos de cerâmica, segundo outra versão). 
É destroçada viva pela turba alucinada, já morta, arrancam seus braços e pernas. O cadáver é queimado em uma pira nos arredores da cidade. 
Era o fim da trajetória impressionante de Hipácia de Alexandria.

E quem foi Hipácia? 

Hipácia foi a primeira mulher de fama internacional no mundo da matemática, astronomia e da botânica. 
Hipácia foi a primeira intelectual de renome e imensa influencia. 
"As mulheres que leem são perigosas", assim pensavam, e agiam, os homens por dezenas de séculos.

Gesto um tanto ousado - e perigoso esse....
Daí os homens desejarem impedi-la de ler ou controlar o que liam.
Sobretudo as mulheres que liam "demais", a leitura permitiu que tomassem consciência do mundo.
 A leitura, que é um ato tão intimo, tão secreto, terminou por nos colocar "nós" mulheres para fora! 
Fora do núcleo familiar que principalmente naquela época e ainda hoje infelizmente por muitas vezes e intermináveis motivos injustificáveis, é opressor.
O vazio do mundo real que as mulheres sentiam naquela época e algumas ainda sente até hoje (aposto), foi tomado pela ficção.

Para quem viveu e parece inacreditável mais infelizmente muitas mulheres ainda vivem na prisão do casamento sem amor, regras sociais sufocantes, machismo, imposições, autoritarismos....
a leitura trouxe a possibilidade de se transportar para outro mundo que não aquele, e consequentemente, mudar a própria vida. 
Lhes deram a possibilidade de adquirir o prazer que lhe era negado. 
Um prazer solitário de início..depois uma voz, um grito... de liberdade.