Olá galera, como estão?
Fevereiro chegou, e com ele vem
trazendo uma das festas mais populares do mundo, o carnaval.
Essa é a época em que podemos ser o que
quiser. Adornos tiram o costumeiro tédio das ruas, transformando a população de
determinadas regiões em personagens clássicos ou altamente criativos e ganhamos
um feriado de liberdade colorida. Mas vocês sabem de onde vieram os primeiros
que surgem acredito que na mente de todos?
Bom, os ícones mais tradicionais dessa
folia nasceram muito longe do nosso Brasil. Entraram na festa e permaneceram,
de maneira confortável, testificando nossa fama de hospitaleiros, dando ainda
mais motivos para brilhar nos dias que antecedem o real inicio do ano.
Pierrot, Arlequim e Colombina são
personagens de um estilo conhecido como Commedia dellArte, nascido na Itália do
século XVI. Integrantes de uma trama cheia de sátira social, os três papeis
representam serviçais envolvidos em um triangulo amoroso: Pierrot ama
Colombina, que ama Arlequim, que por sua vez, também deseja Colombina, O estilo
surgiu como alternativa à chamada Commedia Erudita, de inspiração literária,
que apresentava atores falando em latim, naquela época uma língua já
inacessível à maioria das pessoas.
Assim, a história do trio enamorado
sempre foi um autentico entretenimento popular, de origem influenciada pelas
brincadeiras de carnaval. As histórias apresentadas nas ruas e praças
italianas eram nada mais do que encenações das histórias da vida dos poderosos
de então. Para isso entravam em cena muitos outros personagens, além dos três
mais famosos.
Do lado dos patrões, por exemplo:
Havia um comerciante extremamente
avarento chamado Pantaleão;
Um intelectual pomposo o Doutor;
E um oficial covarde, mas metido a
valentão o Capitão;
Outros personagens típicos eram o casal
Isabella e Orácio (em geral, filhos de patrões) e outros serviçais. Apesar de
obedecerem a um enredo predefinido, as peças tinham a improvisação como
ingrediente principal, exigindo grande disciplina e talento cômico dos atores,
que precisavam responder rapidamente às novas piadas e situações criadas pelos
colegas.
"Até hoje, a Commedia dellArte é
um método de grande riqueza para o aprendizado e o treinamento do ator",
afirma alguns atores e atrizes, formados pela Escola de Arte Dramática da
Universidade de São Paulo (USP), com especialização em Commedia dellArte pela
Universidade de Bolonha e Florença, na Itália. Um detalhe interessante é que
sempre havia, no meio do espetáculo, um intervalo chamado lazzo, que podia ter
mais comédia, apresentar acrobacias ou sátiras politicas sem nenhuma relação
com o enredo. Terminado o lazzo, a história continuava do ponto em que havia
sido interrompida. Esse estilo único, a Commedia dellArte influenciou a arte
dramática de nada mais, nada menos, que de toda a Europa
Vamos agora conhecer um pouco mais
individualmente de alguns personagem:
Pierrot
Seu nome original era Pedrolino, mas
foi batizado, na França do século XIX, como Pierrot e assim ganhou o mundo. O
mais pobre dos personagens serviçais, vestia roupas feitas de sacos de farinha,
tinha o rosto pintado de branco e não usava máscara. Vivia sofrendo e
suspirando de amor pela Colombina. Por isso, era a vitima preferida das piadas
em cena. Não foi a toa que sua atitude, sua vestimenta e sua maquiagem
influenciaram todos os palhaços de circo. O Pierrot é o palhaço melancólico,
magoado por ter sido trocado pelo Arlequim.
Sua característica mais marcante é a
ingenuidade. Muitas vezes é representado como louco, distante do universo real.
Com roupas largas, muitas vezes em preto e branco e a clássica maquiagem com
uma lágrima preta sob o olho.
Pantaleão
O mais conhecido dos personagens
patrões, que representam a elite da sociedade italiana nas histórias da
Commedia dellArte, Pantaleão (também chamado de "O
Velho") era um "mercador Veneza" (expressão
que se deu titulo a uma peça de Shakespeare). Tirano e galanteador desajeitado,
era alvo constante das gozações dos servos e de outros personagens da trama.
Arlequim
O Arlequim surgiu primeiramente com a
função de divertir as pessoas durante os intervalos do espetáculo, porem foi
ganhando expressão, chegando a fazer parte das estórias. Sua popularidade o
incorporou aos personagens da comédia. È cínico, gosta de festas, arranja
brigas, também servo de Pantaleão, era um espertalhão, preguiçoso e insolente,
que tentava convencer a todos da sua ingenuidade e estupidez, um tipico
malandro.
Depois de entrar na cena saltitando,
deslocava-se pelo palco com passos de dança e um grande repertório de
movimentos acrobáticos. Debochado, adorava pregar peças nos outros personagens
e depois usava sua agilidade para escapar das confusões criadas.
Suas roupas, bem coloridas com
estamparia em losangos, ganharam as ruas do carnaval brasileiro através dos
blocos, sobretudo de Pernambuco.
Colombina
Na comédia italiana, ela é a
protagonista. Companheira do Pierrot e amante do Arlequim, a Colombina é um
personagem de peito aberto. Fútil, bonita, namoradeira, alegre, esperta,
sedutora e volúvel.
Criada de uma filha do patrão
Pantaleão, mas tão bela e refinada quanto sua ama, Colombina era também o pivô
de um triangulo amoroso que ficaria famoso no mundo todo, se tornaria
inesquecível-de um lado, o apaixonado Pierrot; do outro, o malandro Arlequim.
Para despertar o amor desse último, a romântica serviçal cantava e dançava
graciosamente nos espetáculos, anda pelas ruas em busca do Arlequim.
No Brasil, a estória
disseminada é a de Pierrot, um apaixonado e sonhador, está perdidamente
apaixonado por Colombina, uma moça simples, empregada de uma dama, e apaixonada
por Arlequim.
Esse matreiro, malandro, adora
travessuras, é invisível, somente é visto por idosos, damas novas de boa
educação e crianças. Ou pode ser visto de relance pelas damas, quando lhes
rouba um beijo, deixando Colombina enciumada, fazendo-a aprontar alguma ao
Arlequim ou à moça beijada.
O Arlequim costuma dar o seu coração às
belas damas, que quando o comem se tornam o próprio Arlequim. O objetivo do
Pierrot é capturar esse coração, porém sempre falha devido aos intentos de
Arlequim.
Esse é um breve relato sobre a estória
desses personagens tão conhecidos do nosso carnaval. Porém vemos hoje que o
sentido da arte e do romantismo se perdeu durante os anos, tornando
infelizmente o Carnaval uma festa banalizada e puramente comercial.
Bom, como
podemos ver, nesse triangulo amoroso é recheado por personalidades fortes e
entre todos aparentemente o pior é o Arlequim....será? Alguma vez você já parou
para pensar no outro lado da história?
Na
verdadeira história do Arlequim?
Nós
pensamos, e trouxemos ela para vocês.
A verdadeira história de Arlequim
Arlequim era dono
dos sentimentos mais puros e sinceros.
Apaixonado por Elisa-
a menina dos seus sonhos – vivia pelos cantos, triste, pensando numa maneira de
conquistar a garota que se tornara seu grande amor.
Elisa por sua
vez, era apaixonada por Ramon, fez de Arlequim um grande bobo da corte,
desprezava todo e qualquer sentimento que viesse do rapaz, de olhares sinceros
a palavras apaixonadas.
Arlequim sofreu
muito ao ver seu amor, seu grande e único amor, ir embora com outro. Sofreu
tanto que prometeu que daquele dia em diante ele seria “o outro”, colocando
todo o sentimentalismo de lado, se entregando inteiramente ao prazer.
Passara a colecionar
paixões, como quem colecionava paixões como fazia com seus livros, afinal,
paixão, livro, tudo era igual para um Arlequim de coração machucado.
Saia com elas,
paixão intensa, momentânea, em seguida descartava-a, tornando-a assim mais um
suvenir na sua estante, assim fazia com todos os livros nos quais já conhecia a
história.
Quantos corações
destruídos? Nossa! Até já se perdera na conta.
O novo Arlequim, “o
grande indomável Arlequim”, “o colecionador de mulheres”, prometera nunca mais
se apaixonar, que jamais em tempo algum, entregaria seu coração a uma mulher
alguma, não iria amar ninguém e ponto final. Carregava a imensa certeza de que
ninguém era merecedor do amor que trazia consigo.
Ah meu querido e
jovem Arlequim...deveria saber que algumas promessas são praticamente
impossíveis de se cumprir.
O destino sendo um
eterno brincalhão que sempre fora, acabou por cruzar os caminhos entre Arlequim
e Colombina. Ele a amava e sabia que ela correspondia, foi amor à primeira
vista. Ela havia se tornado o motivo que faltava para a voltar dos olhares
sinceros, das palavras de amor. Colombina apesar de sentir o mesmo por seu
Arlequim, havia o seu Pierrot, seu doce e romântico Pierrot, causando dentro si
um interminável conflito.
Só ela sabe, o
quanto desejou unir o que ela mais amava de cada um separadamente, em um só.
Era apaixonada pela alma de Pierrot, pelo olhar distante e a vida de sonhador
que trazia consigo.
Assim como, o prazer
que sentia na presença de Arlequim, com a felicidade e alegria que contagiava o
ambiente em qualquer lugar que se encontrasse, a encantava esmagadoramente.
Não podia perder
essa nova chance de ser feliz, Colombina era uma mulher de alma pura,
merecedora – a única – a quem pertencia seus sentimentos mais puros. Não
poderia mudar o passado, já que nem sua promessa feita fora capaz de cumprir,
mais via em seu presente uma esperança de futuro.
Após um intenso
longo tempo, o triangulo teve um fim. Pierrot sofreu muito, ao ver seu amor ir
embora com outro, ir embora com Arlequim. Se tornou cabisbaixo, triste,
melancólico e de tanto chorar, uma lágrima fixou-se em seu rosto, fixando-se
assim, sua eterna tristeza.
Mais ele – Arlequim
– ao se dar conta, prometera ser outro e essa era uma promessa que tinha
certeza que iria se cumprir. Era sua vez de ser feliz, a vez de ter em seus
braços a mulher de seus sonhos.
Pierrot, meu doce e
romântico Pierrot, não culpe Arlequim por tirar Colombina de seus braços, de
transformar seus dias em noites de tempestades.
A culpa não fora
dele, apenas foi atrás da felicidade que um dia, Elisa lhe roubou.
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