Um dos maiores cronistas do Brasil, nascido em Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo, a 12 de Janeiro de 1913. Formado em direito, guardou o diploma e decidiu se dedicar inteiramente ao jornalismo, escrevendo comentários políticos, crônicas e reportagens para jornais e revistas de São Paulo, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre, Rio de Janeiro onde morava.
Trabalhou no Jornalismo da Tv Globo, escreveu crônicas para revistas, foi um dos sócios das Editoras Sábia e Autor, enfim, fora um dos maiores cronistas do nosso País.
Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 19 de Dezembro de 1990. Estamos falando, nada mais, nada menos de Rubem Braga galera.
E para homenageia-lo, além é claro de trazer mais essa satisfação com os seus escritos, com vocês:
Trabalhou no Jornalismo da Tv Globo, escreveu crônicas para revistas, foi um dos sócios das Editoras Sábia e Autor, enfim, fora um dos maiores cronistas do nosso País.
Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 19 de Dezembro de 1990. Estamos falando, nada mais, nada menos de Rubem Braga galera.
E para homenageia-lo, além é claro de trazer mais essa satisfação com os seus escritos, com vocês:
CAFEZINHO
Leio a reclamação de um repórter
irritado que precisava falar com um delegado e lhe disseram que o homem havia
ido tomar um cafezinho. Ele esperou longamente, e chegou à conclusão de que o
funcionário passou o dia inteiro tomando café.
Tinha razão
o rapaz de ficar zangado. Mas com um pouco de imaginação e bom humor podemos
pensar que uma das delícias do gênio carioca é exatamente esta frase:
- Ele foi
tomar café.
A vida é
triste e complicada. Diariamente é preciso falar com um número excessivo de
pessoas. O remédio é ir tomar um "cafezinho". Para quem espera
nervosamente, esse "cafezinho" é qualquer coisa infinita e
torturante. Depois de esperar duas ou três horas dá vontade de dizer:
- Bem
cavaleiro, eu me retiro. Naturalmente o Sr. Bonifácio morreu afogado no
cafezinho.
Ah, sim,
mergulhemos de corpo e alma no cafezinho. Sim, deixemos em todos os lugares
este recado simples e vago:
- Ele saiu
para tomar um café e disse que volta já.
Quando a
Bem-amada vier com seus olhos tristes e perguntar:
- Ele está?
- alguém dará o nosso recado sem endereço. Quando vier o amigo e quando vier o
credor, e quando vier o parente, e quando vier a tristeza, e quando a morte
vier, o recado será o mesmo:
- Ele disse
que ia tomar um cafezinho...
Podemos,
ainda, deixar o chapéu. Devemos até comprar um chapéu especialmente para
deixá-lo. Assim dirão:
- Ele foi
tomar um café. Com certeza volta logo. O chapéu dele está aí...
Ah! fujamos
assim, sem drama, sem tristeza, fujamos assim. A vida é complicada demais.
Gastamos muito pensamento, muito sentimento, muita palavra. O melhor é não
estar.
Quando vier
a grande hora de nosso destino nós teremos saído há uns cinco minutos para
tomar um café. Vamos, vamos tomar um cafezinho.
Rubem Braga (1939).
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