Desde que o quadro iniciou que procuro trazer as origens de
expressões, ditados populares e confesso está sendo divertido além de ser
também um processo continuo de aprendizado, tenho aprendido muito com vocês.
Mas hoje, é um dia especial Salvador está aniversariando
completa 468 de história, ritmos, cultura, beleza, religião, entre tantos
outros predicativos. É claro que o Você não pode deixar de ler não perderia a
chance de homenagear o nosso berço. Fiquei aqui pensando em como faria isso, bom
temos o quadro Parabenizando no qual
o foco é homenagear o que o próprio nome do quadro indica, temos o Vitrine, onde exponho diversos assuntos,
assim como vários outros.
Resolvi fazer algo diferente: o De onde vem? De hoje falará sobre
Salvador, espero que gostem da nossa brincadeira.
Cinema, paizão baiana
– Com a inauguração do cine Olympia, em 1893, na Baixa dos Sapateiros, os
baianos começaram a ter contato com o cinema. A partir das primeiras exibições
dos filmes mudos, o cinema passou a ser uma das principais opções de lazer do
baiano na época.
Feira de São Joaquim
– A notável divindade desse comércio popular encontra-se ganhos alimentícios a
preços em conta, desde uma boa farinha de copioba ou mesmo pimentas arretadas,
além de artesanatos de cerâmica, maxi colares, amuletos e patuás, arranjos de
flores, frutas das mais simples até as especiarias mais exóticas. Com seus 38
mil m2 de área e mais de 2 mil boxes, a feira de São Joaquim é o maior e mais
tradicional centro popular de comprar do Estado. Considerada Patrimônio
Imaterial da Bahia, a feira foi criada em 1966, após um incêndio na antiga
feira de Água de Meninos, e se consolidou como o maior distribuidor de produtos
de artesanato, candomblé, animais e alimentos da Bahia.
Gregório de Mattos
– Acharam que fugiríamos do foco literário? Na na ni na não. Em 1636 nasceu em
Salvador um poeta que abalou a moral da então capital de colônia: Gregório de Mattos.
Nunca chegou a publicar um poema, mas sua obra, declamada em locais públicos,
irritava os poderosos da época. Ficou conhecido como “Boca do Inferno”. Por
ironizar o governador da província, Gregório de Mattos teve de ser deportado
para Angola. Quando voltou ao Brasil foi proibido de declamar seus poemas e de
viver em Salvador, passando a morar no Recife, onde exerceu a profissão de
advogado. Ridicularizando políticos e religiosos, zombando da empáfia dos
mulatos, assediando freiras e multas, ou manejando um vocabulário acessível popular,
o poeta baiano “abrasileriza” o barroco importado e se constitui num importante
elo de ligação com a fonte europeia, medida que conserva os traços fundamentais
da estética em voga, sem perder a realidade contextual onde vive. Convive em
seus poemas o mais desenfreado sensualismo e/ou erotismo com paixão idealizado.
Na falta da imprensa ou de quaisquer outros meios sistemáticos da comunicação
social, sua sátira, fugindo aos circuitos convencionais da classe dominante,
foi crônica, panfleto, reportagem da Bahia seiscentista. Nela se reconhece a
praça, o povo, a festa, o corpo, a pervertida e atraente, mas sem as tintas do exótico
ou os louros do nativismo ingênuo. Doente, o poeta morreu 26 de Novembro de
1695 deixando uma poesia lírica, sacra, satírica que é um tesouro da literatura
de expressão brasileira e portuguesa.
Intercâmbio cultural
– Ao longo dos anos, lugares como o Instituto Cultural Brasil Alemanha (ICBA),
Associação Cultural Brasil Estados Unidos (ACBEU), Gabinete Português de
Leitura, Aliança Francesa (AF) e o Espanhol Instituto Cervantes, vem
incorporando cada vez mais a cena soteropolitana. Com o intuito de difundir a língua
e a cultura de seus países, acabam tornando-se parte da vida dos baianos.
Sobretudo daqueles que valorizam as artes. O gabinete Português de Leitura e
até situado na Praça da Piedade, possui biblioteca tem um rico acervo de obras
raras e acesso livre para consulta de livros, jornais e revistas. A primeira
sede das Associação Cultural Brasil Estados Unidos fica na Avenida 7 de
Setembro, Vitória e oferece cursos de inglês para crianças, adolescentes,
adultos e possui galeria de arte e teatro. O Instituto Cultural Brasil Alemanha,
no Corredor da Vitoria, possui biblioteca com acervo especialmente voltado para
filosofia, galeria de arte e teatro, além de curso de alemão, promove workshops
e ciclos de cinema e vídeo. A aliança Francesa, situada na Barra, possui midiateca,
biblioteca, salas de ensaio e de conferencia, galeria e cineteatro, além de
oferecer cursos, possui uma biblioteca e promove atividades culturais como
ciclos de cinema, apresentações de dança, teatro e de música flamenca.
Para finalizar o bairro no qual nasci:
Liberdade –
Primeiro era estrada de Boiadeiros, e por lá passavam os animais em Santo
Antonio de Capuame, a primeira feira da Bahia. A partir de 1823, Estrada da
Liberdade, herança da Independência da Bahia. Mais tarde, Liberdade, bairro de
quase 600 mil habitantes, cuja história, após a abolição, se impõem sobre todas
as outras com a força de novas e muitas vitorias. No bairro mais negro da Bahia
e do Brasil, território nacional da cultura afro-brasileira, nasceram o Ilê Ayê
e as escolas comunitárias de mãe Hilda e Makota Valdina. E para Cururu, sua artéria
mais pulsante com mais ou menos 16 terreiros de Candomblé, seguem levas de
turista a cada carnaval. Vão ver a saída do Ilê com seu ritual, sua ala de
canto e o desfile das deusas.
Está ai alguns lugares, pessoas de Salvador. A ideia foi
trazer um pouco para vocês não somente os tradicionais pontos turísticos e sim
curiosidades.
Fizemos até
marcadores de livros em homenagem a cidade, para ganhar basta nos seguir e
mandar o seu endereço para: vocenaopodedeixardeler@gmail.com
ou Zap: 71 98647-8619. É apenas um mimo perante a uma cidade tão linda!
Até a próxima e parabéns Salvador.
Lindaiá Campos