Bom, a pergunta que não quer calar é: porque só lemos livros
gringos?
1) Porque é sempre melhor ler um livro na sua língua original;
Na língua em que ele foi escrito, pois ao invés da Sacha que foi
alfabetizada em inglês, acredito eu que todos que estão lendo esse texto foram
alfabetizados em português. O português é a nossa língua mãe, por mas que todos
nós desejemos aprender outras línguas (o que, claro é bom), Português sempre
será a língua da nossa alma, a língua que a gente conhece, a língua que traduz
melhor os nossos sentimentos. E as línguas, os nossos idiomas não são códigos
totalmente intercambiáveis. Nunca uma tradução vai ser completamente perfeita
de uma língua para a outra, por melhor que a tradução seja sempre vai haver falhas.
Na língua portuguesa por exemplo, existem várias palavras que não podem ser
traduzidas facilmente para outra língua, como por exemplo: saudade, malandro,
gambiarra, bagunça, cafuné. São palavras que não tem tradução direta para
outras línguas da mesma maneira que outra língua contém palavras que não podem ser
traduzidas para o português sem causar um prejuízo enorme. Então, ao ler um
livro português você tem sempre a certeza de que está lendo aquilo que
realmente o autor quis dizer e geralmente os textos em sua língua original tem
muito mais qualidade.
Para explicar isso eu vou dar um exemplo do livro O Jardineiro Fiel que eu comecei a ler e abandonei, simplesmente
porque não consegui terminar. A tradução estava muito ruim, artificial e eu não
estou dizendo que o livro é ruim não, alguém ai por exemplo pode ter gostado,
inclusive o autor John La Carre é muito prestigiado e tudo mais...O livro é
bom, a história é boa, só que a tradução me pareceu um tanto artificial. Por
exemplo, numa passagem em uma personagem chamada Helena fala para uma
personagem chamada Glória a seguinte frase:
3) A
literatura brasileira é uma das melhores do mundo;
Ao contrário do trauma que você pegou na escola, é uma das mais variadas e de melhores qualidades no mundo. Nós temos a sorte de morar num País em que temos escritores que são respeitados e estudados pelas universidades do mundo inteiro. Em muitos casos considerados como os maiores e melhores do século XX e de todos os tempos. Como exemplo podemos citar o caso do Guimarães Rocha, Machado de Assis, da Clarice Lispector. São escritores muito respeitados e estudados no mundo inteiro. E não trata-se apenas do prestigio entre os estudiosos, nós também tivemos autores muito bons excepcionais, que foram grandes sucessos de popularidade, que vendiam muitos livros porque escreviam livros para o povo, livros muito legais que antigamente eram muito mais lidos pelo povo do que por nossas gerações. É o caso de: Jorge Amado e do Érico Veríssimo que as obras deles foram adaptadas para filmes, novelas, música, eles eram muito populares. Era o caso do Incidente em Antares que na época pelo menos dos meus pais, todo mundo lia era um grande sucesso, mas hoje em dia a nossa geração não conhece, isso é uma vergonha.
“Bem tenha cuidado com o seu querido rabo, querida.
Garotões recém enviuvados podem ser um tesão.”
Galera, essa frase jamais seria
pronunciada por ninguém que fala português. Não se trata de ingenuidade, mas
mulheres brasileiras não falam com umas com as outras dessa maneira, isso soa
muito artificial. Esse tipo de construção talvez em inglês isso possua alguma
naturalidade.
“Well, you just watch your
sweet arse, honey.
Freshly widowed playboys
can be very raunchy.”
Porém quando vai traduzido, se
torna completamente artificial, simplesmente nós, brasileiros jamais diríamos algo
como isso. Essa é uma tradução que deixa muito a desejar, fazendo com que o
livro fique muito artificial. Claro que nem sempre é possível fugir das
traduções. Você quer ler um livro japonês, russo, você tem que procurar uma
tradução pouca gente fala essas línguas. O que eu to querendo dizer é que,
muitas traduções não são bem feitas e de tanto ler esses livros esses livros
com traduções questionáveis e artificiais, a gente se habitua com o modo de ler
o livro português muito ruim, muito inferior do que ao português quando bem
escrito por autores brasileiros podem se transformar. Você pode se surpreender
com maneiras de narrar incríveis e muito mais naturais, muito mais tocantes do
que essas formas muitas vezes limitadas de traduções que é o mais fácil de
encontrar por ai.
Ao contrário do trauma que você pegou na escola, é uma das mais variadas e de melhores qualidades no mundo. Nós temos a sorte de morar num País em que temos escritores que são respeitados e estudados pelas universidades do mundo inteiro. Em muitos casos considerados como os maiores e melhores do século XX e de todos os tempos. Como exemplo podemos citar o caso do Guimarães Rocha, Machado de Assis, da Clarice Lispector. São escritores muito respeitados e estudados no mundo inteiro. E não trata-se apenas do prestigio entre os estudiosos, nós também tivemos autores muito bons excepcionais, que foram grandes sucessos de popularidade, que vendiam muitos livros porque escreviam livros para o povo, livros muito legais que antigamente eram muito mais lidos pelo povo do que por nossas gerações. É o caso de: Jorge Amado e do Érico Veríssimo que as obras deles foram adaptadas para filmes, novelas, música, eles eram muito populares. Era o caso do Incidente em Antares que na época pelo menos dos meus pais, todo mundo lia era um grande sucesso, mas hoje em dia a nossa geração não conhece, isso é uma vergonha.
4) Livros
brasileiros falam da nossa realidade;
Não só da nossa realidade em quanto brasileiros
mas também da nossa realidade regional e toda nossa diversidade cultural. Por
exemplo, eu nunca fui a Manaus e saberia menos ainda se não fossem pelas obras
do Milton Ratun, que além de ter histórias incríveis falam de uma maneira que
faz com que eu tenha vontade de conhecer a cidade. A mesma coisa acontece
também com os poemas e os contos da Cora Coralina que falam de Goiás. Também
tem aquela questão de conhecer o Brasil do passado, como por exemplo, quando a
lemos o Carneiro Vilela conhecemos o Recife antigo, quando lemos o Érico
Veríssimo conhecemos as tradições das cidades gaúchas de antigamente, quando
você lê a Lígia Fagundes Telles ou a Zélia Gatai você conhece melhor a cidade
de São Paulo, sobre o passado dessa cidade, enfim ler literatura brasileira, é
ler sobre nós mesmos. Estamos caminhando para o quito e último motivo porém,
não menos importante, na verdade o mais importante de todos.
5) Não
podemos deixar a literatura Brasileira morrer;
Não podemos deixa-la morrer.
Existem inúmeros escritores brasileiros que já escreveram, publicaram seus
livros mas não conseguem vender, não conseguem serem lidos, não conseguem
deslanchar. Eu acho que esse é o principal motivo para que não possamos deixar
que a lista dos livros mais vendidos do mundo, estejam sempre lotadas de títulos
estrangeiros. Não estou dizendo para não lerem livros estrangeiros, é obvio que
não estou falando isso. Estou falando que, se continuarmos tão desinteressados
assim, pela literatura que é feita aqui no Brasil as editoras vão continuar
entendendo que a literatura brasileira, não vende, que literatura brasileira
não é um bom negócio e vai continuar lançando por aqui em sua grande maioria,
livros internacionais. E dessa forma como é que vai surgir os novos escritores,
como vamos ter novas Clarices Lispector, como é que vamos ter novos Gracilianos
Ramos? Pode ser que tenham vários novos escritores, escrevendo e batalhando e
mandando seus originais para as editoras e simplesmente levando um não atrás do
outro. Pode ser que tenha vários talentos por ai que não estão sendo
desenvolvidos porque, nós aqui no Brasil não estamos dando chance para novos
escritores. E só quem pode mudar esse quadro, somos nós. Não vamos deixar que
os nossos gostos, a nossa história literária seja escrita por gente que, nunca pôs
os pés no Brasil.
Vamos dar uma
chance também, para o que sai daqui de dentro, eu garanto que você não vai se arrepender.
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