Em Tocantins havia um pai e um filho que
apesar das dificuldades, ambos se amavam muito eram amigos, parceiros, companheiros,
confidentes,
Tamanha era a união deles que quando era
preciso deixar o garoto com a senhora para viajar a trabalho, o menino caia
doente de um lado e o pai do outro, de tanta saudade.
Sua esposa morrera, restando apenas eles
dois. Para suprir esse vazio e a solidão um se agarrava ao outro, dividiam
alimento, moradia, amizade, sentimentos, dividiam tudo.
Com medo de que o pai o abandonasse, assim
como fizera sua mãe ele pediu:
“Pai,
promete que o senhor nunca vai me abandonar?”
“Eu
prometo meu filho que nunca te abandonarei, mesmo longe, mesmo ausente, mesmo
que não possa nem sequer por um minuto, lhe tocar, ainda sim, eu nunca irei te
deixar, sempre estarei ao seu lado.”
Certo dia, o pai conseguira um serviço
fora da cidade que lhe renderia uma boa quantia, seu tempo de duração eram de
exatos um mês.
Ficara satisfeito com a oportunidade,
porém não poderia levar seu filho, sendo assim deixou-o aos cuidados de uma
senhora, amiga da família Após dolorosa despedida partira com a esperança de
proporcionar futuramente uma melhor qualidade de vida para ambos. Tudo corria
bem o trabalho ia de vento em polpa e a cada dia o pai do garoto se
especializava-se mais ganhando a confiança do patrão era quase certo afirma que
o trabalho temporário logo passaria a ser permanente e ele estava bastante
esperançoso com isso. O céu está lindo totalmente azul com poucas nuvens e
apesar do calor forte isso não o incomoda, está feliz demais com os novos
planos para si e para o garoto. Telefone toca seu filho caíra doente precisando
ser levado às pressas para o hospital pois corria risco de vida. A senhora
entrara em contato fazendo com que devido ao desespero o pai pedisse liberação
no trabalho para ir de encontro ao filho. Seu patrão homem extremamente
generoso não só liberou ele, além de pagar 80% do valor acordado pelo serviço
muito mais do que seu real tempo prestado, isso o deixou bastante satisfeito.
Sentado alternando-se entre as paisagens urbanas na janela e o saco em mãos não
via a hora de chegar, conferindo se havia comprado tudo escolhido tudo certo.
Quase perdera a parada organizando em
pensamentos inúmeras novidades para contar. Não notou um homem de capuz e
jaqueta preta arama em punho dava voz de assalto. O susto foi imenso a bala
atingira em cheio a direção da cabeça. – Uffa! Passou...ainda bem que conseguiu
chegar antes que finalizassem o horário de visitas e ficar com seu pequeno
garoto sentia tanta saudade. Ele gostara do chocolate os dois puderam matar a
saudade que tanto os consumiam por dentro. Após certo tempo, o garoto
finalmente recebera alta, estava curado.
A
senhora o olhava de uma maneira na qual um garoto de apenas 7 anos nunca
entenderia, era um olhar de piedade. Ela o encarava procurando inúmeras
maneiras de dar aquela terrível notícia não podia mais adiar, em algum momento
o garoto daria pela falta do pai. – Meu pai não está morto! Como pode ser isso?
Papai ficou comigo o tempo inteiro ao meu lado no hospital, me levou chocolate,
conversamos tanto, até eu ficar bom. Veja só, as roupas ainda estão aqui...
Mais para onde ele foi?
Seu pai desaparecera logo o menino tivera
alta e mesmo após tanto tempo o garoto continuava a chamar pelo pai. Rezava um
pai nosso a única coisa que seu pai lhe ensinou já que era analfabeto
aprendendo durante a vida somente o básico como rezar, desenhar o próprio nome,
contas básicas para saber lhe dar com dinheiro e nada mais. Após tantas orações
o pai voltou a aparecer. Acompanhava-o para todo canto, conversavam sobre tudo
na saída da escola pareciam que estavam juntos outra vez exceto pela falta de
um abraço, andar de mãos dadas, ganhar um beijo, a falta de toque componente
indispensável na demonstração de afeto principalmente para vida de uma criança,
causava profunda tristeza. Não suportando mais, o garoto um dia questionou: -
Papai se o senhor estiver morto, me leve com você. Só com o senhor sou feliz,
só contigo encontro a felicidade. O pai nada disse.
Um ano se passou e pai e filho caminhavam
como sempre faziam toda manhã até a escola onde ao menos nesse período se
separavam. O professor de matemática aplica atividade todos copiam atentamente,
questionando vez ou outra qualquer dúvida que surgi quando um garoto vai-se
deixando cair sobre sua carteira devagar como se faz ao tirar uma breve soneca
e nada mais. Seu semblante é tranquilo, calmo, feliz, enfim a paz.
A casa onde pai e garoto viveram e fora
vendida, ganhou fama de mal assombrada. Sempre se ouvia dizer dos novos
moradores, de vez em quando avistavam dois desconhecidos um homem e um garoto
passando pela casa, alegres, brincando, conversando, de mãos dadas. Ninguém os
conhecia, nem sabiam de onde eles vieram, quais as suas histórias e o porquê de
ainda permanecerem ali. Com o passar dos anos muita coisa mudou naquela região
trazendo consequentemente inúmeros povos diferentes. Só uma pessoa residente na
cidade desde sua fundação os conhecia, é a única que tem talvez a honra, a
dádiva de antes que seu tempo na terra acabe, ter um segundo a mesma considerou
a mais linda visão de toda sua existência.
Um garoto sentado em seu balanço que não é
mais tão novo assim na frente da casa, seu pai empurrando-o. Apesar de não
conseguir ouvir ao certo o que ambos conversavam entre si, ela prefere dessa
maneira, antes que sua visão ficasse turva e tudo se perdesse e finalizasse,
uma única frase fora o suficiente e até mesmo gratificante para ela.
“Eu te amo”. Aquela fora sua última visão
que a senhora teve partindo com a plena certeza de que o verdadeiro amor tudo
crê, tudo espera, tudo suporta é lindo e eterno.
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